11.17.2009

Discussão - O Grande Chefe

Um "chefe" que para não ser desafeto de seus funcionários com suas atitudes nada respeitáveis inventa um outro chefe, chamado curiosamente de " O chefe de todos".
Assim, este é encarregado de ficar com o ônus do cargo enquanto Ravn é amado por todos.

Um ator fracassado que só se sente feliz quando está interpretando um personagem, esquecendo até de viver sua própria vida.

E um bando de funcionários esquisitos que trabalham numa empresa há anos sendo que nunca viram o chefe.

Nessa comédia irritante - como disseram alguns, bailam máscaras.

Cada um só enxerga o que lhe convém para que o seu mundinho não seja pertubardo, assim é importante que todos cumpram seus pápeis e sejam bonzinhos.
E o Ravn cuida muito bem de todos os detalhes para que tudo saia assim, até inventa um chefe para cada funcionário de acordo com os perfis dos mesmos para que estes possasm se identificar com o desconhecido e assim não notarem muito sua ausência.
Só se pode tirar as máscaras nos bastidores, quando ninguém tá vendo, aí a funcionária do RH pode ter um caso com o chefe, a tímida recepcionista pode se apaixonar e planejar casar com o mesmo e Ravn pode roubar a todos e planejar vender a empresa.

Caramba! Como ninguém percebeu isso?
Ou melhor, porque é tão importante para todos não perceber isso?

Coitado do Kristoffer! Preocupado com o destino de seu personagem não viu que não era o único que estava atuando.

Ei..! Isso não era para ser um filme sem pretensões reflexivas?
E porque nos deixou sem muito o que falar na discussão?
O Silêncio? Só James explica!

Mas depois de uma sessão de filmes patrocinados pela familia vingança, foi muito bom!
Termino meu texto com a melhor frase do filme:
"O outono é escuro!" (não podia falta, né?! )

2 comentários:

J. Thiago disse...

Mui bacana o texto! Duas frases, em especial, me renderam um sonoro "wow". Mas, enfim! É de se perguntar: por detrás de cada papel-função-máscara existe algum rosto? Um sorriso? Cicatrizes? Isso eu deixo no silêncio que - confesso - ainda não sei decifrar. O silêncio é como aquela sala escura da masmorra que, imersa em trevas, pode ser a redoma das mais terríveis armadilhas... Ou levar para a saída, para um jardim de folhas marrons e cadentes. Típica do outono! O "chefe de todos" como o "chefe de cada um"... Dá pano pra manga... :)

Kleber disse...

Duas coisas. O texto tá com uma fluência deliciosa. Bonita. Outra; na hora, penso, o filme nos deixou calados, pois, agora, suspeito eu, que ele possa ter sido feito também com essa intenção. Calar não para produzir silêncio, mas ruído. Coisas da arte de dizer, coisas da mágica da comunicação. Abraço!